Yôga e Flexibilidade

Rafael Kiss

Rafael Kiss

Uma das coisas que mais chamam a atenção em relação aos praticantes de Yôga é a flexibilidade corporal alcançada pela execução dos ásanas, que são as técnicas corporais dessa filosofia. Apesar da beleza estética e do alto grau de dificuldade dessas técnicas, podemos dizer que os ásanas são apenas uma pequena parte da filosofia do Yôga, e de menor importância se comparada a outros elementos mais avançados como a meditação. Algumas linhas consideram as técnicas corporais apenas um elemento preparatório para que o corpo fique forte e flexível o suficiente para que o praticante aguente passar horas sentado para praticar respiratórios, mantras e meditação. No nosso método valorizamos muito o corpo, portanto utilizamos os ásanas como uma ferramenta de autoconhecimento e expansão da consciência. Um dos primeiros resultados percebidos na nossa prática é o ganho expressivo de flexibilidade.


Quando falamos em flexibilidade estamos falando sobre algo mais amplo do que o simples alongamento. Alongamento é a melhora da elasticidade muscular; flexibilidade inclui também a mobilidade das articulações como joelhos, quadris, coluna vertebral e ombros. A nossa prática de SwáSthya Yôga atua intensamente na ampliação da flexibilidade de todo nosso corpo, inclusive em áreas e articulações que muitas vezes nem tínhamos consciência da existência. É muito comum um aluno dizer, após as primeiras aulas, que descobriu músculos e articulações do corpo que nunca tinha sentido antes!


A flexibilidade geral do corpo melhora ainda a consciência corporal, ajuda a evitar lesões, gera uma sensação de bem estar e melhora a performance esportiva. Um corpo mais flexível é um corpo menos tenso, é um corpo mais saudável. Na nossa prática trabalhamos com permanências longas, associadas a respiratórios e técnicas de concentração, o que vai proporcionar um aumento real e definitivo na flexibilidade, que não se perderá mesmo que o praticante eventualmente pare de executar as técnicas corporais do SwáSthya.


Há ainda uma questão mais sutil em relação à flexibilidade. O ser humano é muito mais complexo do que um simples corpo físico. Temos também um plano energético, um emocional, um plano mental e outros. Tudo isso está interligado e quando atuamos em um desses planos, acabamos interferindo nos outros. Há portanto uma conexão entre a o corpo, as emoções e pensamentos. Nos tornamos mais abertos e flexíveis em relação às ideias, aos paradigmas e às questões mais diversas da vida quando melhoramos a flexibilidade corporal.


Temos muito mais energia quando trabalhamos flexibilidade, pois há milhares de canais que fluem e conduzem energia pelo nosso corpo. Pontos de tensão e músculos rígidos significam energia estagnada. Ao alongar e flexibilizar o corpo, liberamos essa energia para fluir livremente e ativar nossos órgãos internos, plexos nervosos e toda a estrutura biológica do corpo.


Flexibilizar o corpo é uma necessidade do ser humano moderno, que passa horas do dia sentado, utilizando computadores e celulares, em posições muitas vezes desconfortáveis e que acabam enrijecendo ainda mais o corpo. Perceba você mesmo os efeitos poderosos que o aumento da flexibilidade pode proporcionar. Bora praticar!